quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Tempo - Minha Opção


Elizabeth Alves Pinto

Recebi uma visita ontem. Grande amiga. Estávamos conversando sobre foco, e chegamos à conclusão que não dá pra ter tudo, principalmente devido ao conceito de tempo do sistema em vivemos hoje.

Ela foi embora e fiquei pensando: vivemos neste sistema mas não somos dele. Então, devemos viver em que escala de tempo, em que escala de realizações?

O dia tem 24 horas. Em muitos lugarejos, no interior de nosso país, a criação dá o tom do tempo. Acorda-se com o nascer do sol. O trabalho cessa no lusco-fusco. Aí tem o banho, a janta, os causos na varanda da casa, depois o descanso. Planta-se na primeira chuva. Colhe-se depois das chuvas. Há tempo pra uma visita, café e boa prosa.

Quanto mais "polis" mais difícil isso fica. Quanto mais "tecno" menos contato, abraço e sorrisos. Menos tempo? Mas o tempo não é o mesmo? 24 horas?

Chego à conclusão que não sabemos usar tudo o que temos à mão para ter mais momentos de qualidade, de prazer. Damos prioridade à lista de tarefas sem deixar espaço para uma caminhada na praça; olhar para o céu (a lua é tão linda!); entabular uma conversa com o vizinho, entre tantas coisas. Questão de prioridade!

Faço hoje o compromisso de dar mais atenção à minha família do que à minha caixa de e-mails. De dizer sim para a caminhada até a padaria, na companhia deles, no final da tarde para comprar o pão quentinho para o lanche. De prestar atenção à narrativa de como foi o final de semana do meu filho, mesmo que entrecortada em vários atos (ele conta uma coisa de cada vez...). Enfim, de prestar atenção aos que me cercam e amá-los, não perdendo a oportunidade da comunhão e da alegria que ela traz.

O tempo? O tempo do sistema? Passa para a linha de baixo, para o número dois ou três, ou até mais... quem sabe...