Graça
Elizabeth Alves Pinto
Introdução
Vamos
começar com uma ilustração:
“Uma
prostituta veio falar comigo em terríveis dificuldades. Doente, sem lar,
incapaz de comprar comida para si e para sua filha de dois anos, ela alugava a
filha e por uma hora ganhava o que ela mesma ganhava numa noite inteira. Disse
que tinha de fazê-lo para sustentar o vício das drogas.
Eu
mal aguentava ouvir aquela sórdida história. Eu me sentia mal, legalmente
responsável – tinha que denunciar este caso de abuso contra a criança. Mas
naquele momento, eu não tinha idéia do que dizer àquela mulher. Tinha vontade
de vomitar.
Finalmente,
perguntei a ela se nunca tinha pensado em ir a uma igreja para pedir ajuda.
Nunca me esqueci do olhar assustado que vi em seu rosto. “Igreja”! Ela
exclamou. “Por que eu iria a uma igreja? Eu já me sinto terrível o suficiente.
Eles vão fazer que eu me sinta ainda pior”
(Extraído
do livro Maravilhosa Graça de Philip Yancey)
O
que aprendemos com esse texto é que por pior que uma pessoa se sinta a respeito
de si mesma, ela sempre procura por Deus como um refúgio.
Será
que a igreja perdeu este dom?
O
que aconteceu?
A
resposta para estas perguntas está numa palavra chave. Tudo se desenrola a
partir de uma palavra.
Com
o passar do tempo, notamos que as palavras perdem o seu valor ou tem o seu
valor transformado. Elas têm uma tendência a “se estragarem” com o tempo. Como
carne deteriorada.
Os
tradutores da versão King James usaram a palavra “caridade” para contemplar a
mais elevada forma de amor. Atualmente, ouvimos o seguinte protesto de desdém: “Não
quero a sua caridade”.
A
palavra graça é uma grande palavra teológica que ainda não foi “estragada”.
Procurando em todos os seus usos ainda conseguimos ver um pouco da glória
original. Ela sustenta uma civilização orgulhosa, lembrando que as coisas boas
não vêm de nossos próprios esforços e sim pela graça de Deus.
Vamos
ver como usamos esta palavra: damos “graças” a Deus antes das refeições
reconhecendo o sustento como presente de Deus; somos “gratos” pela bondade de
alguém; sentimo-nos “gratificados” com boas notícias; “congratulados” quando
temos sucesso; “graciosos” hospedando amigos. Quando uma pessoa nos serve bem,
deixamos uma “gratificação”.
Os
súditos britânicos chegam a chamar a realeza de “Sua Graça”. As editoras de
revistas têm o hábito de “agraciar” assinantes com alguns exemplares a mais
mesmo depois que a assinatura expirar. São “exemplares de graça”, enviados para
me incentivar a continuar assinando a publicação.
São
vários os usos da palavra. A “graça” é realmente surpreendente. Ela contém uma
essência do evangelho como uma gota de água pode conter a imagem do sol. O
mundo tem sede de graça em situações que nem reconhece. Para uma sociedade que
parece estar à deriva, não há melhor lugar para lançar uma âncora de fé.
As
grandes revoluções cristãs não vêm por causa de uma coisa que não era conhecida
antes. Elas acontecem porque alguém aceita radicalmente uma coisa que sempre
esteve aí. Estranhamente, descobrimos uma falta de graça dentro da “igreja”,
uma “instituição” fundada para proclamar o “evangelho da graça de Deus”.
Um
veterinário fica sabendo uma porção de coisas a respeito do dono de um cão –
que ele não conhece – apenas olhando o animal. O que o mundo fica sabendo de
Deus ao observar a igreja, os seguidores de Deus aqui na terra?
Quando
buscamos as raízes da palavra graça no texto grego, descobrimos um verbo que
significa “eu me regozijo, estou feliz”. A alegria e o regozijo não são as
primeiras imagens que vêm à mente das pessoas quando pensam na “igreja”. Elas
pensam em “santarrões”. Pensam na “igreja” com lugar para ir depois que tiverem
endireitado as coisas, não antes. Pensam em moralidade, não em graça. Lembrem-se
“Igreja!”, disse a prostituta, “por que eu iria lá? Eu já me sinto terrível!
Eles vão me fazer sentir-me pior”.
Esta
atitude vem parcialmente de um conceito deturpado, ou preconceito, dos de fora.
Quando visitamos abrigos, asilos, hospícios e vários ministérios dirigidos por
crentes cheios da graça podemos ver as bênçãos do Senhor em todos estes
lugares. Mesmo assim, encontramos este ponto fraco na “igreja”, a falta de
graça.
A graça está por toda parte, mas com
que facilidade nós a ignoramos...
O
testemunho de uma garota de 18 anos que saiu de casa para dançar a noite toda
num baile de carnaval nos dá esperança. Vestida com uma micro saia e com uma
blusa que mais parecia um soutiem ela foi convidada pelo seu acompanhante: “escuta,
eu preciso dar uma passadinha na igreja da minha mãe. Eu prometi pra ela dar um
alô antes de ir ao baile”. A garota nunca tinha adentrado numa igreja
evangélica, mas como o rapaz disse que só levaria uns minutinhos, ela cedeu.
Era uma vigília e a mãe do rapaz pediu que ficassem alguns minutos, fazendo
companhia a ela. Os dois consentiram. Saíram daquela igreja ás 6 horas da manhã
do outro dia! Sabe do que aquela garota lembra hoje, quase 30 anos depois? Que
todos, sem exceção, olharam para ela como se estivesse vestida dos pés à
cabeça. “Nunca fui tão bem tratada em toda a minha vida!”
Este
é o óbvio que precisa ser radicalmente resgatado. A graça está por toda
parte... A situação “correta” seria buscarem um paninho para tampar o corpo
quase nu da garota. Mas, em vez disso, a acolheram com graça, favor imerecido.
Se
procurarmos, cada um de nós tem vários relatos sobre graça para contar. Fica
claro que é mais fácil transmitir graça do que explicá-la. E amados irmãos, o
mundo não pode oferecer graça, a igreja pode.
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Definição/Morfologia
Ml
1:9 – Agora, pois, suplicai o favor de Deus, que nos conceda a sua graça, mas
com tais ofertas nas vossas mãos, aceitará ele a vossa pessoa? – diz o Senhor
dos Exércitos.
Chanan
– Estar inclinado benevolentemente em relação a alguém; ter compaixão por
alguém; conceder favor para uma pessoa necessitada; atitude marcada pela
compaixão, generosidade e bondade.
2
Co 12:9 - Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se
aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas
para que sobre mim repouse o poder de Cristo.
Charis
– Da mesma raiz de chara (alegria) e chairo (regozijar). Charis causa regozijo.
È a palavra para a graça de Deus conforme estendida ao ser humano pecador.
Significa favor e benção imerecidos, um dom livre.
Zc
12:10 – E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o
espírito da graça e de súplicas; olharão para aquele a quem traspassaram;
pranteá-lo-ão como quem pranteia por um unigênito e chorarão por ele como se
chora amargamente pelo primogênito.
Chen
– Favor, graça, graciosidade, bondade, beleza, amabilidade, charme,
atratividade, encanto, olhar.
A
raiz “chanan” significa “agir graciosa ou misericordiosamente em relação a
alguém; ser apaixonado, estar favoravelmente inclinado”.
A
graça de Deus derramada sobre Jerusalém capacita-os a olhar ansiosamente e com
súplicas em direção ao seu rei traspassado. A graça de Deus fará com que Israel
possa enxergar Jesus como alguém com infinita beleza. Sua bondade os capacita a
se arrependerem. O Espírito Santo é chamado “Espírito da Graça” em Hb 10:29, um
título, com certeza inspirado por essa referência de Zacarias.
Dicionário Larousse
1
– favor concedido ou recebido, benefício, dádiva, mercê.
2
– perdão, indulto.
3
– atrativo peculiar a uma pessoa ou coisa, encanto, elegância.
4
– na teologia católica, auxílio sobrenatural que Deus concede aos homens para
que eles alcancem a salvação.
5
– nome de batismo
6
– espírito, humor.
7
– gracejo.
8
– graças a – em virtude de...
De
graça – gratuitamente
Dar
graças – agradecimento.
Dicionário
Aurélio
1 - Favor dispensado ou
recebido; mercê, benefício
2 - Ato de clemência do
poder público, que favorece um condenado; mercê
3 - Beleza, elegância
4 - Dito ou ato
espirituoso; gracejo, chiste
5 - O nome de batismo
6 - Favor ou mercê
concedida a alguém por Deus
De graça:
1. Gratuitamente, sem
pagamento
2. Fig. Muito barato
Strong
No
Novo Testamento a palavra "graça" é sempre uma tradução do (χαρις,
Charis), uma palavra que ocorre no texto grego algo mais de 170 vezes. No grego
de todos os períodos, também é uma palavra muito comum.
(a)
A palavra parece denotar a aparência externa agradável. Tal utilização é
encontrada em Lc 4: 22, quando se maravilhavam das palavras que Lhe saiam da
boca, do encanto das suas palavras; e de forma semelhante no Cl 4: 6.
(b)
Objetivamente, Charis denotar a impressão produzida por em 3 Jo 1: 4 – “não tenho
maior gratificação do que esta” (mas muitos manuscritos se lê "alegria").
(c)
Como um atributo mental Charis pode ser traduzida por gracioso, cheio de graça.
Portanto, em Lc 2: 52, "Jesus avançava em favor com Deus e os homens.
(d)
Charis denota a emoção de gratidão. Lc 17: 9. Em um sentido ligeiramente
transferidos Charis designa as palavras ou emoção em que é expressa gratidão e,
por isso, torna-se "obrigado" (cerca de 10 vezes, Rm 6: 17 e outras)
(e)
Concretamente, Charis pode significar o ato pelo qual se expressa dádivas,
ofertas, como em 1Co 16: 3, onde a KJ traduz por "liberalismo", e a
versão revista (britânicos e americanos) por "graça." Estes
diferentes significados naturalmente tendem a mistura em si, e, em certos
casos, é difícil fixar o significado preciso da palavra.
2. Graça como poder
A
grande elasticidade da palavra lhe permitiu receber mais um significado. Em
primeiro lugar, Charis pode significar "um dom." Em 1Co 16: 3; 2Co 8:
19, é o dinheiro dado pelos Coríntios para os habitantes de Jerusalém. Em 2Co
9: 8, é o aumento de bens mundanos que Deus concede para fins de caridade. Em
2Co 1: 15 é o benefício recebido pelo Coríntios a partir de uma visita de Paulo.
Em um sentido mais espiritual Charis é a capacitação para o serviço na igreja
(Ef 4: 7). (Ver também Rm 1: 5; Rm 12: 3; Rm 15: 15; 1Co 3: 10; Ef 3: 2, Ef 3:
7).
Por
isso, em 1Co1 :4-7 , Charis é expandida em "palavra e todos os
conhecimentos," dotes com os quais os coríntios foram especialmente
favorecidos. Em 1Pe 1: 13, Charis é o futuro celeste que os cristãos esperam receber;
em 1Pe 3: 7, é a atual oferta de "vida".
Em
segundo lugar, Charis é a palavra para favor de Deus, um significado que é
especialmente refinado por Paulo. Mas a graça de Deus é diferente da graça dos
homens porque a graça de Deus não pode ser concebida por troca ou por ações,
obras. Uma condição de Deus acerca da liberação da benção é a necessidade que o
homem apresenta de receber aquilo. Entre "graça de Deus" e” favores
de Deus” existe uma relação de poder, e como Charis denota tanto a graça como
os favores, foi natural a palavra ser usada para poder. Esta utilização é muito
clara em 1Co 15: 10, onde Paulo diz, "Eu não, mas a graça de Deus que
estava em mim" trabalhei mais que todos eles: graça é algo que trabalha,
opera.
Por
isso, em 2Co 12: 9, "A minha graça é suficiente para ti: porque o poder se
aperfeiçoa na perfeita fraqueza"; comparar com 2Tm 2: 1” fortifica-te na graça",
e 1Pe 4: 10, "mordomos da multiforme graça." Evidentemente, neste
sentido "graça" é quase um sinônimo para o Espírito, e existe pouca
diferença real entre o "cheia do Espírito Santo" e "cheio de
graça e de poder" em At 6: 5, At 6: 8, ao passo que há um paralelo muito
marcante entre Ef 4 :7-13 e 1Co 12 :4-11, como "dons de graça" em uma
passagem, e "dons do Espírito" na outra.
E
esta ligação entre a graça e o Espírito é encontrada definitivamente na fórmula
"Espírito da graça" em Hb 10: 29 (compare Zc 12: 10). E, como é
sabido, é a partir deste sentido da palavra que a doutrina católica de graça foi
desenvolvida.
3. Graça na Justificação
Este
significado de Charis foi obtido pela ampliação e combinação de outros
significados. Ao contrário do processo de restringir à forma de um dos
significados da palavra, ela entra em teologia cristã como um termo técnico,
mas desta vez, em um sentido mais distinto.
A
formatação deste sentido especial parece ter sido o trabalho de Paulo. Quando
Charis é usado com o sentido de "graça", não está implícito quanto a
saber se é um favor merecido ou não.
Assim,
por exemplo, no Novo Testamento, quando em Lc 2: 52 é dito que "Jesus crescia
em graça diante de Deus e dos homens", é possível pensar que Jesus o recebia
de Deus não por merecimento. Compare também Lc 2: 40 e At 2: 47 e, com menos clareza
casos como Lc 1: 30; At 7: 46; Hb 4: 16; Hb 12: 15, Hb 12: 28.
A
formação deste sentido da palavra se deve, desde o começo, ao trabalho de Paulo
e apresenta uma característica fundamental do cristianismo – o não merecimento.
A passagem fundamental é Rm 11: 5 e 6, onde é dado como uma definição, "Se
é por graça, não é por obras, do contrário, a graça já não é graça”. Aqui a
palavra usada em outros sentidos poderia ter causado no leitor do primeiro
século a perda do sentido.
"Graça",
neste sentido é uma atitude da parte de Deus que procede inteiramente dentro dele
próprio, e que em nada é condicionado por qualquer coisa nos objetos da Sua
graça (os homens, por exemplo). Assim como em Rm 4: 4. Se a salvação é dada com
base no que um homem tem feito, então a salvação é dada por Deus como o
pagamento de uma dívida. Mas quando a fé é que conta por aquilo, e não retidão,
não há nenhuma reclamação sobre o homem fazer sua parte, e ele recebe como um
dom puro, algo que ele não ganhou. (É bem verdade que a fé envolve esforço
moral, e isso pode ser pensado como uma espécie de "trabalho", é bem
verdade que a fé faz algo como uma preparação para a recepção de novas ofertas
de Deus.)
"Graça",
então, nesse sentido é o antônimo de "obras" ou a "lei",
que tem uma relação especial para a culpa do pecado (Rm 5: 20; Rm 6: 1), e tem
quase exatamente o mesmo sentido como "misericórdia."
5. Ensino de Cristo
No
evangelho grego , Charis é usado nas palavras de Cristo apenas em Lc 6 :32-34;
Lc 17: 9. Tal como Cristo falou em Arã, a escolha desta palavra é devido a Lucas,
provavelmente sob a influência de seu uso comum cristão no seu próprio dia a
dia. E não há nenhuma palavra de Jesus nos textos que sugere que ele
habitualmente a tenha empregado em qualquer um dos seus sentidos.
Mas
a ideia está sem dúvida presente em todas as atitudes do mestre. Que o perdão
dos pecados é um ato gratuito de Deus pode ser descrito como um componente
essencial do ensino de Cristo, e a lição é ensinada em todos os tipos de
formas.
O
filho pródigo recebendo um tratamento que não merecia (Lc 15: 20), os doentes
que necessitam de um médico (Mc 2: 17), aqueles que tem fome e sede de justiça
(MT 5: 6), para quem o perdão de Deus é inesgotável.
E
bênçãos, sejam elas temporais ou espirituais, sempre vem de Deus, para o homem
que deve ter perfeita confiança Nele que veste os lírios do campo e sabe como
dar boas dádivas aos Seus filhos (Mt 7: 11; aqui Lc 11: 13 tem o "Espírito
Santo como doação").
Não
é demais lembrar aqui do pecado da autosatisfação espiritual - "O que é
exaltado entre os homens é uma abominação aos olhos de Deus" (Lc 16: 15;
comparar Lc 17: 7 -10; Mt 20:1-16). Quem conhece Cristo deve ter um coração
humilde diante do Senhor. Não ser soberbo diante da graça abundantemente
disponível.
6. No Antigo Testamento
Não
há nenhuma palavra em hebraico que pode representar todos os significados de Charis,
e na Septuaginta Charis, somente é usado como uma tradução do hebraico “Chen”
(graça) sendo que esta restrição de significado, nos direciona a representar a
mesma palavra em hebraico com a mesma palavra grega, na medida do possível.
E
Chen, por sua vez, é utilizada principalmente em frases como "achar
graça" (Gn 6: 8), se a referência é a Deus ou de homens.
Mais
parecida com a utilização que Paulo fez da palavra Charis é racon,
"aceitação", em passagens como Is 60: 10, "mas na minha graça
tive misericórdia de ti”; Sl 44: 3, "não foi por sua espada... mas ...
porque te agradaste deles”. Talvez relações mais estreitas possam ser na utilização
de hesedh," benevolência”," misericórdia”, como em Ex 20: 6, etc.
Mas,
evidentemente, há uma limitação de passagens que contém a palavra. As principais
linhas teológicas parecem ser estas:
(1)
Tecnicamente, a salvação pela graça,
no Novo Testamento se opõe a uma doutrina da salvação por obras no Antigo
Testamento (Rm 4: 4; Rm 11: 6), ou, o que é a mesma coisa, por Direito (Rm 6:
14; Jô 1: 17); ou seja, os homens e Deus são consideradas como partes de um
contrato, que devem ser cumpridas por cada um de forma independente. A maior
parte da lei parece pressupor uma idéia do homem como longe de Deus, enquanto Dt
30 :11-14 indica explicitamente que a lei não é muito difícil nem está muito distante
para o homem.
(2)
O cumprimento da lei é o trabalho do homem; e homem tem no cumprimento da lei o
“Deus agradecido”. Sl 119 é a essência da lei. O escritor se sente esmagado por
toda a grandeza da misericórdia dos estatutos revelados aos homens. Depois de
tudo, a ação é de Deus e não do homem. Isto é afirmado mais acentuadamente em
Ez 23 :1-4 - Oholiba e sua irmã eram de Deus, e não por causa de qualquer
virtude delas, mesmo apesar do comportamento mais revoltante. Compare Dt 7: 7.
(3)
O pensamento de todos os tempos com relação à transgressão é temperado com o
pensamento do perdão de Deus. O conjunto do sistema de sacrifício, na medida em
que é Expiatório, repousa sobre a graça de Deus na aceitação de algo em
substituição legal à obediência, enquanto as passagens que oferecem
misericórdia de Deus, sem sequer exigir um sacrifício (Is 1: 18; Mq 7 :18-20, etc.
.) são inúmeras.
(4)
No entanto, a negação do perdão gratuito é a mais deficiente definição da ideia
graça de Deus no Antigo Testamento. A caminhada de Abraão para a terra de Canaã;
a libertação do Egito; a alimentação no deserto; o livramento das mãos dos
inimigos, cuidado com o povo no exílio – em toda a história de Israel podemos
ver o registro do que Deus fez para o Seu povo sem qualquer direito ou
compulsão, gratuitamente. E é feita uma promessa que Deus se manifestaria com
redenção ao seu povo (Is 1: 26; Is 4: 3, Is 4: 4; Is 32 :1-8; Is 33: 24; Jr 31:
33, Jr 31: 14; Ez 36: 25, Ez 36: 26; Zc 8; Dn 9: 24; Sl 51 :10-12). O Antigo
Testamento sempre aponta para o futuro. Sempre aponta para o novo testamento.
Anexo: Uma Palavra de Rick Warren
O
antídoto para o legalismo é graça. Graça significa que não temos que merecer o
amor de Deus ou seu sorriso. Deus está sempre sorrindo para nós.
Legalismo
é um exterminador da alegria no ministério. Destrói a alegria natural que vem
de servir os outros em ministério, como nunca vi nada igual. Já vi mais
ministérios arruinados por causa do legalismo mais do que por qualquer outra
coisa.
O que
é legalismo? Legalismo acontece quando substituímos nosso relacionamento com
Cristo pelas nossas regras e rituais. É uma armadilha sutil que tira o foco do
que Deus fez por você e, vagarosamente, coloca o foco naquilo que você fez por
Deus.
Em
Filipenses 3, Paulo nos fala sem rodeios que experimentou o legalismo. Neste
processo, ele mostra 5 formas diferentes em que incorreu como um legalista –
formas que ainda persegue muitos em nossos dias.
Legalismo
é colocar sua confiança em
rituais. Paulo diz: “Fui circuncidado ao oitavo dia de acordo com
a lei Judaica” (Fp 3.5a). Hoje, um cristão pode dizer: “Eu fui batizado”, “Sou
membro da igreja” ou “Participo da Ceia do Senhor”. Tudo isso é bom, mas não
ganha a aprovação de Deus.
Legalismo
é colocar sua confiança na corrida. Paulo diz: “Pertencente ao povo de Israel, à tribo de Benjamim”
(Fp 3.5b). Tenho o pedigree real. São como estas pessoas, hoje em dia, falando
que tem um relacionamento com Deus porque o tio era um missionário ou a mãe é
cristã. Não funciona desta forma. Todos têm que decidir, por conta própria,
seguir Jesus.
Legalismo é colocar sua confiança em uma religião. Paulo diz: “Sou verdadeiro hebreu” (Fp 3.5c). Alguns cristãos, hoje em dia, falam a mesma coisa. Eles apontam para sua denominação quando perguntados sobre seu relacionamento com Deus. Quando chegarmos ao céu, Deus não perguntará de qual denominação somos – Ele nos perguntará qual foi nossa resposta a seu Filho, Jesus.
Legalismo é colocar sua confiança em uma religião. Paulo diz: “Sou verdadeiro hebreu” (Fp 3.5c). Alguns cristãos, hoje em dia, falam a mesma coisa. Eles apontam para sua denominação quando perguntados sobre seu relacionamento com Deus. Quando chegarmos ao céu, Deus não perguntará de qual denominação somos – Ele nos perguntará qual foi nossa resposta a seu Filho, Jesus.
Legalismo
é colocar sua confiança em
regras. Paulo também diz: “Quanto à Lei, fariseu” (Fp 3.5d). Os
fariseus eram a elite espiritual. Eles multiplicaram os mandamentos! Dez não
eram suficientes para eles. Eles não comiam nem um ovo que uma galinha botasse
no sábado por causa do “trabalho” da galinha para botar. Eles não coçariam uma
mordida de mosquito no sábado, porque consideravam isso trabalho. Por chamar a
atenção sobre seu passado como fariseu, Paulo estava dizendo: “Você quer
conversar sobre leis? Eu guardei as leis!”
Legalismo
é colocar sua confiança na reputação. Finalmente, Paulo acrescenta: “Quanto ao zelo, perseguidor da
igreja; quanto à justiça que há na Lei, irrepreensível” (Fp 3.6). Em outras
palavras, Paulo estava dizendo que era um legalista superstar! Hoje, pode ser
que nos gabamos sobre o número de pessoas que freqüentam nossas igrejas, por
quanto tempo oramos ou por quantas pessoas levamos a Cristo na semana passada.
O resultado final é o mesmo – isto não fará Deus ficar nem um pouco mais feliz
conosco.
Não
tem nada de errado com nada disso. O problema começa quando pensamos que isto
nos dá “pontos” com Deus – mas não dão. Ele nos ama de forma incondicional. Se
começar a confiar nestas coisas, você perderá a alegria e seu ministério
desmoronará.
O
antídoto para o legalismo é graça. Graça significa que não temos que merecer o
amor de Deus ou seu sorriso. Deus está sempre sorrindo para nós. Por que
mereço? De jeito nenhum. Por que guardo algumas leis e regulamentos? De jeito
nenhum. É porque sou coberto pelo sangue de Jesus Cristo.
O
problema para muitos de nós no ministério é que, sutilmente, mudamos nossa
perspectiva do que Deus fez por nós para o que estamos fazendo para Deus no
ministério. Isto é perigoso, muito perigoso. Deus não o amará nem mais e nem
menos não importando como você o serve. O que você tira do serviço é alegria.
Você não tem aprovação. Deus o aprova, mas não pelo que você faz. Ele o aprova
pelo que Cristo já fez por você. Isto é graça.
A
vida cristã não é um ritual e nem é sobre leis, é sobre relacionamento.
Religião é baseada em desempenho, mas o Cristianismo é baseado em uma pessoa,
Jesus Cristo. Nunca se esqueça disso ou seu ministério acabará. E você perderá
a alegria. Nada é mais triste do que uma pessoa sarcástica no ministério.
Rick Warren
Consultas:
-
Dicionário e Bíblia King James
-
Dicionário Larousse
-
Dicionário Aurélio
-
Dicionário Strong
-
Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento
-
Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento
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